Área de Intervenção - Paralisias Faciais
Área de Intervenção - Paralisias Faciais

Segundo Traber (2000), a paralisia facial é a perda temporária ou permanente da sensibilidade, ou perda da capacidade de mover ou controlar os movimentos. Ou ainda a suspensão temporária ou perda permanente da função, sobretudo a perda da sensação ou do movimento involuntário.
Qualquer movimento voluntário depende da interacção de dois tipos de neurónios motores: neurónios motores superiores (que se originam no córtex motor, evoluindo através do troco cerebral e terminando no corno anterior da medula espinal) e inferiores (que se originam nas células do corno anterior e avançam até ao músculo. Se essas últimas estruturas são destruídas, o músculo perde o tónus, começa a atrofiar e demonstra reacções de degeneração.
A flacidez e a ausência da reflexos musculares revelam a perda de tónus. Se o neurónio motor superior está paralisado, o paciente ficará igualmente incapaz de mover a parte afectada, mas o neurónio inferior intacto pode permitir que outros centros motores actuem no músculo. Além disso, o tónus fica aumentado, não ocorre reacções de degeneração, nem atrofia, excepto a causada pelo desuso. Podem ocorrer os chamados reflexos patológicos, além de aumento dos reflexos normais.

As paralisias podem ser classificadas em:
- Paralisia espástica, quando se devem a uma lesão do neurónio motor;
- Paralisia flácida, quando se devem a uma lesão do neurónio motor inferior

A Paralisia Facial é um distúrbio (parésia) ou uma paralisia total de todos, ou alguns, músculos da expressão facial e pode ser classificada como Central ou Periférica
No primeiro caso há lesões ou doenças no cérebro, mais exactamente no encéfalo (sistema nervoso central), que envia informações para o nervo facial.
Na periférica, há lesões ou doenças no próprio nervo facial, que enerva os músculos da face. Os sintomas e manifestações de cada uma delas também serão diferentes.
Quando há lesão do nervo facial ou do núcleo facial, a paralisia é ipsilateral à lesão e flácida, ou seja, lesão de moto-neurónios inferiores. Com o passar do tempo ocorre atrofia muscular associada. As rugas e pregas faciais normais, devido à inserção do músculo na pele, desaparecem conferindo uma aparência uniforme e inexpressiva à hemiface afectada. O doente torna-se incapaz de fechar completamente o olho da hemiface afectada, o que frequentemente origina ausência de lacrimação, fazendo com que a córnea resseque. O canto da boca tende a cair e há tendência para que o doente se “babe” por esse canto.
As lesões que atingem apenas algum dos ramos terminais do nervo facial só originam a perda dos músculos por eles enervados. No entanto, quando parciais, as lesões nucleares podem envolver grupos musculares seleccionados, dado que sub-núcleos específicos do nervo facial enervam músculos ou grupos musculares específicos.